um tanto a mais

Eu me chamo Sarah e tenho irmã gêmea chamada Deborah. "Nomes bem diferentes, porque de igual já basta a cara", mamãe brincava, dando ares de seu estilo peculiar de fugir à regra. "São bíblicos", completavam, por vezes, alguns familiares, com seus sorrisos largos e orgulhosos. Nunca entendi bem. É que papai e mamãe não eram de ler a bíblia, muito menos ir à missa. ...

Todo mundo possui um pequeno museu do afeto. São recortes, álbuns de fotografia, ingressos de shows e pétalas ressecadas. Lembranças aleatórias que costumam ficar guardadas em alguma caixa bonita na parte de cima do armário. Ainda que não estejam à vista, para quem os guarda é inquestionável a preciosidade destes objetos. Há uma aura meio mágica no fato de segurarmos de novo aquilo que, há pouco ou muito tempo, em outras mãos queridas estava. São provas, resquícios de nossa história. As carteirinhas de estudante que denunciam que o tempo é mesmo um...

Eu não gostava de cerimonialistas, confesso. "Tão chatas, mandonas e protocolares", eu dizia sempre que tinha oportunidade. Até ficar adulta e testemunhar os primeiros amigos casando. E aí entendi que com os bons profissionais, nada ficava sem solução: vestido rasgado, fornecedor atrasado, amigo bêbado ou orçamento apertado....

Fiquei indignada ao ouvir aquilo. Se estivéssemos em Sex and the City, ela disse, eu seria a personagem meiga, que faz de tudo pela família....